Como o minimalismo ensinou a lidar com minha ansiedade


Meu histórico de ansiedade começou bem cedo, ainda na adolescência. Seria herança genética ou apenas comportamento? As origens não sei ao certo, mas o fato é que muitos sintomas de ansiedade começaram a mudar depois que adotei o minimalismo como estilo de vida.

Se você quer saber mais sobre esta história, pega aquele café e vem comigo descobrir como o minimalismo ensinou a lidar com a minha ansiedade:

Atenção plena: parar por um momento

Quando comecei no minimalismo eu não era diferente de nenhum materialista fanático. Vivia um círculo vicioso de ansiedade e compras compulsivas, tinha necessidade de preencher todos os minutos do tempo livre com alguma atividade e ficar em silêncio era um grande desafio.

O minimalismo me ensinou a parar por um momento para ter atenção plena no presente e a partir daí coisas interessantes começaram a acontecer...

Aos poucos percebi que o silêncio era na verdade um grande amigo e que manter a atenção no presente abafava cada vez mais minha ansiedade.

Desapego: combustível da liberdade

Também percebi que desapegar de coisas materiais não abria apenas espaço físico em casa, mas também a sensação de liberdade e de organização das ideias. Era como poder respirar novamente.

Sabe aquela bagunça que você esconde no armário? Acredite, ela não vai se organizar sozinha e o seu inconsciente sabe disso. Então vem aquela sensação constante de angústia e só de pensar em botar ordem na casa vem uma preguiça gigantesca.

Quanto mais você resistir a este sentimento, maior será a ansiedade para lidar com ele. Apenas assuma que precisa começar, arregace as mangas e mãos a obra! Pode começar devagar e gradualmente, logo você perceberá os primeiros resultados.

Respiração: a chave de tudo

Uma das primeiras e mais importantes lições que recebi sobre ansiedade foi ensinada pela minha antiga professora de yoga Denise Bandeira. A pessoa ansiosa tende a prender a respiração e dessa forma não oxigena o cérebro direito, causando ainda mais ansiedade.

A partir disso comecei a observar minha própria respiração e respirar de maneira mais consciente.

Este é um exercício chave que todo ansioso deveria aprender e pode ser feito a qualquer hora, em qualquer local. Apenas respire pausada e profundamente por alguns minutos, observando o ar que entra e sai pelas narinas. Repita este exercício sempre que sentir ansiedade.

Alimentação natural = menos ansiedade

Até poucos meses atrás minha alimentação estava baseada em telentrega, comida congelada, pães, alimentos processados, doces, refrigerantes e bebidas alcóolicas. Além do sobrepeso também não sentia disposição para fazer nada. Vivia inchada, estufada, cansada e ansiosa.

Tudo isso começou a mudar depois de fazer o desafio de um mês com 400 reais de mercado, que me forçou a buscar uma alimentação mais natural, rica em proteínas e vegetais.

Mudar a alimentação foi uma surpresa positiva, pois consumir comida de verdade acabou com a sensação de fome constante e aquele desejo louco de comer doces e bobagens. Passei a sentir mais energia e disposição, mais vontade de fazer acontecer.

O mais difícil foi aguentar firme nas primeiras semanas, quando o organismo ainda estava se desintoxicando do excesso de açúcar. Mas é um processo importante pois doces são grandes inimigos da ansiedade.

Entenda que o açucar refinado é considerado uma droga pior do que a cocaína, pois os efeitos e vício no organismo são tão nocivos quanto. O pão branco pertence a este grupo também, pois a farinha se transforma em açúcar no processo de digestão.

Desconectar para estar presente

Ser meio nerd e trabalhar com internet são dois pontos que me mantinham conectada a maior parte do tempo. Chegava a passar mais de 18 horas no computador. Quando não estava trabalhando, estava assistindo alguma coisa ou jogando online. Quando percebi eu praticamente não tinha mais vida offline e vivia ansiosa sem saber por que.

Ao me aprofundar nos caminhos do minimalismo e exercitar o foco no momento presente, observar o ambiente à minha volta tornou-se um processo natural. A partir disso desconectar virou uma necessidade, porque o excesso de tecnologia perturbava e passei a sentir muito tédio fazendo sempre as mesmas coisas.

Compreendi que a ansiedade vinha pelo excesso de estímulos e informação, ao mesmo tempo que não haviam pausas para reconectar com o mundo real. Então minha mente estava sempre ativa, num turbilhão de pensamentos que chegavam a sufocar.

Pouco a pouco percebi que a energia estava no agora e que a vida seguia acontecendo aqui e agora, mesmo enquanto eu estava escondida num universo online.

Hoje em dia eu evito pegar o celular quando estou com outras pessoas e percebo o quanto isso é importante também para os relacionamentos. O melhor presente que podemos oferecer para alguém é nossa presença plena.

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